Onde existe mais de uma pessoa e um relacionamento, temos a necessidade de consenso e a possibilidade de conflito. Nas famílias não é diferente! Há elementos importantes para atuarmos com nossos filhos: buscar informações sobre características de cada faixa etária, analisar os componentes que se repetem nas discussões, disputas ou conflitos entre as crianças ou adolescentes. Depois destes passos, o que podemos fazer? O precioso texto de Natália traz reflexões importantes para começarmos este processo e pode contribuir para uma nova fase em sua família.
Boa Leitura!
Daniela Favaro
Em famílias com mais de um filho, uma das principais queixas dos pais em relação à convivência das crianças é a rivalidade, que muitas vezes pode aparecer no formato das brigas, mas também no distanciamento das crianças.
É muito difícil a compreensão dessa questão, porque os pais acham que simplesmente por serem irmãos, os filhos devem se gostar e conviver amavelmente, mas nos esquecemos que eles são pessoas com personalidades diferentes, tendo que dividir a coisa mais importante que possuem – OS PAIS.
Para trabalhar esta convivência de maneira adequada, temos que ficar atentos às nossas falas e a maneira como fazemos a intervenção em casos de brigas, desentendimentos ou mesmo quando propomos uma interação. Estimular a autonomia na relação entre os filhos é o melhor caminho para criarmos uma atmosfera de respeito e reciprocidade dentro de casa.
Mas a pergunta é simples: Como podemos fazer isso?
Quando deixamos os filhos resolverem seus conflitos, proporcionando espaço para que discutam, ponderem e avaliem todos os lados da situação. A função saudável do adulto é observar os fatos que acontecem, mediar reflexões e garantir o desenvolvimento do RESPEITO – às diferenças de opinião, a esperar ou ceder alternadamente, aprender a expressar minha opinião ou atitude sem transgredir algo combinado ou um direito do outro.
Muito importante utilizar as linguagens adequadas, considerando a idade dos filhos envolvidos. Inicialmente a mediação do adulto será necessária, mas apenas o meio de campo é feito, deixando que os filhos tomem as decisões, cheguem a consensos, considerando sempre os valores e combinados de cada família.
Com esta postura dentro de casa, os pais evitam algumas situações muito perigosas, que a princípio podem passar despercebidas, mas que a longo prazo estimulam as brigas e um possível distanciamento entre os filhos - que são as comparações. As comparações provocam sentimentos contrários nas crianças, mesmo que a intenção ou o comentário seja “positivo”, isso delimita papeis e muitas vezes deixa a criança inibida ou mesmo presa em determinada situação, além dos outros irmãos se sentirem incapazes de atingir tais objetivos.
Estimular as crianças a resolverem seus próprios conflitos faz com que os filhos adquiram autonomia e repertório, para que na adolescência e na vida adulta saibam lidar com as frustrações, os próprios limites e também consigam expressar o que pensam, sentem ou escolhem. Esta aprendizagem será levada para toda a vida.
Natália Delmonde é integrante da Equipe Ciclos - Espaço Terapêutico: Psicóloga Clínica, trabalha com crianças e adolescentes, Orientação de pais e escolas.
Para mais informações:
Livro: Rivalidade entre irmãos – Adele Faber e Elaine Mazlish
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